29-05-2011 Parque dos Poetas



O Parque dos Poetas é um projecto da Câmara Municipal de Oeiras que pretende homenagear a cultura portuguesa.
Foi inaugurado em Junho de 2003, proporcionando um espaço de lazer, de cultura e de desporto, procurando cruzar a poesia e a arte dos jardins.
Tem jardins, alamedas, parque infantil, fontes, parque de merendas, anfiteatro ao ar livre, entre outras possibilidades a descobrir.
Estão representados na primeira fase os seguintes poetas: Carlos de Oliveira, Camilo Pessanha, Teixeira de Pascoaes, Mário de Sá-Carneiro, Florbela Espanca, José Gomes Ferreira, José Régio, Vitorino Nemésio, Miguel Torga, Jorge de Sena, Sophia de Mello Breyner Andresen, Natália Correia, Eugénio de Andrade, Manuel Alegre, Fernando Pessoa, Alexandre O'Neill, António Ramos Rosa, David Mourão-Ferreira, António Gedeão e Ruy Belo.
Em Abril de 2010 foram iniciadas as obras da 2ª fase do Parque dos Poetas, que se espera concluída em 2012. Esta 2ª fase acrescenta mais 15 hectares aos actuais 12, totalizando 27.


José Gomes Ferreira foi um escritor, poeta e ficcionista português, nasceu a 9 de Julho de 1900, no Porto.
Realizou os seus estudos nos liceus de Camões e de Gil Vicente, neste efectuou o primeiro contacto com a poesia. O seu pai era democrata republicano o que fez com que a sua consciência política florescesse ainda cedo.
Licenciou-se em Direito, em Lisboa, em 1924, trabalhou posteriormente como Cônsul na Noruega.Em 1930, regressa a Portugal e dedica-se ao jornalismo


Compareceu em todos os grandes momentos "democráticos e antifascistas" e, pouco antes do MUD (Movimento Unitário Democrático), colaborou com outros poetas neo-realistas num álbum de canções revolucionárias compostas por Fernando Lopes Graça, com a sua canção "Não fiques para trás, ó companheiro".
Em 1978, o seu filho Raul Hestnes Ferreira projecta em Lisboa, a Escola Secundária de Benfica que mais tarde se passou a chamar Escola Secundária de José Gomes Ferreira em sua homenagem.

Tornou-se Presidente da Associação Portuguesa de Escritores em 1978 e foi candidato em 1979, da APU (Aliança Povo Unido), por Lisboa, nas eleições legislativas intercalares desse ano. Associou-se ao PCP (Partido Comunista Português) em Fevereiro de 1979. Foi condecorado pelo Presidente Ramalho Eanes como grande oficial da Ordem Militar de Santiago de Espada, recebendo posteriormente o grau de grande oficial da Ordem da Liberdade.

No ano em que foi homenageado pela Sociedade Portuguesa de Autores (1983), foi submetido a uma delicada intervenção cirúrgica. Faleceu dois anos depois, a 8 de Fevereiro de 1985, vítima de uma doença prolongada. 



Florbela Espanca nasceu em Vila Viçosa, a 8 de Dezembro de 1894, sendo baptizada, com o nome de Flor Bela Lobo, a 20 de Junho do ano seguinte, como filha de Antónia da Conceição Lobo e de pai incógnito. É em Vila Viçosa que se desenrola a sua infância. Em Outubro de 1899, Florbela começa a frequentar o ensino pré-primário, passando a assinar Flor d'Alma da Conceição Espanca (algumas vezes, opta por Flor, e outras, por Bela). Em Novembro de 1903, aos sete anos de idade, Florbela escreve a sua primeira poesia de que há conhecimento, «A Vida e a Morte», mostrando uma admirável precocidade e anunciando, desde já, a opção por temas que, mais tarde, virá a abordar de forma mais complexa. Conclui a instrução primária em Junho de 1906, entrando para o actual sexto ano de escolaridade em Outubro do mesmo ano. No ano seguinte, Florbela aponta os primeiros sinais da sua doença, a neurastenia; Em 1911, começa a namorar com Alberto Moutinho, mas acaba por se afastar deste, em virtude de uma nova paixão por José Marques, futuro director da Torre do Tombo. Após romper com este, no ano seguinte, Florbela reata o namoro com Alberto Moutinho e, a 8 de Dezembro, uma vez emancipada, casa com ele, pelo civil, aos 19 anos.
.Na sequência de um aborto involuntário, em 1919, Florbela tem de se mudar para Quelfes, perto de Olhão, onde apresenta os primeiros sintomas sérios de neurose. Pouco depois, o seu casamento desfaz-se e Florbela decide ir para Lisboa prosseguir o curso, separando-se do marido, e passando a conhecer a rejeição da sociedade. Em Junho de 1919 completa o terceiro ano de Direito. No ano seguinte inicia «Claustro das Quimeras»; simultaneamente, passa a viver com António Guimarães, em Matosinhos, com quem se casa em 1921, após o primeiro divórcio.
De volta a Lisboa, em 1923, Florbela vê publicado o «Livro de Soror Saudade», mas tem de se mudar rapidamente para Gonça, perto de Guimarães, para se tratar de um novo aborto. Assim, Florbela separa-se do marido, que pede o divórcio, oficializado em 1924; isso leva a que a família de Florbela não lhe fale durante dois anos, o que a abala muito.
Em 1925, depois de se ter mudado para a casa de Mário Lage em Esmoriz, casa com ele, pelo civil e, depois, pela Igreja. Dois anos depois, enquanto Florbela traduz romances franceses para a Livraria Civilização no Porto (que publica oito trabalhos seus), e prepara «O Dominó Preto», o seu irmão falece, o que a torna uma mulher triste e desiludida e inspira «As Máscaras do Destino». Enquanto a relação com o marido se desgasta progressivamente, a neurose de Florbela agrava-se bastante; é neste período que, possivelmente, se apaixona pelo pianista Luís Maria Cabral, a quem dedica «Chopin» e «Tarde de Música»; talvez por isso, tenta suicidar-se. Em 1929, trava conhecimento com Guido Battelli, que se oferece para publicar «Charneca em Flor». Em Matosinhos, Florbela revê as provas do livro, depois da segunda tentativa de suicídio, em Outubro ou Novembro, período em que a neurose se torna insuportável e lhe é diagnosticado um edema pulmonar. A 8 de Dezembro, dia do nascimento e do primeiro casamento, Florbela suicida-se, cerca das duas horas, com dois frascos de Veronal.

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