2012 - 26 Maio - Almoço CHEMIST* 75-80 no Museu do Oriente - 32º Aniversário

A ideia de abrir em Lisboa um museu dedicado ao Oriente coincide com a instituição da Fundação Oriente, em 1988. Seguindo uma velha tradição portuguesa, a Fundação deixou-se desde sempre guiar pela sua vocação de construir vínculos entre as civilizações do Ocidente e do Oriente, que se tornaram indispensáveis para garantir um futuro de paz no século XXI. O seu legado é o espírito dos Portugueses antigos, os navegadores que inventaram a unidade do mundo. O seu propósito foi e é o de garantir a actualidade dessa visão extraordinária, que continua a ser posta à prova todos os dias.

O Museu do Oriente traduz esse desígnio. As suas colecções de arte portuguesa e asiática são a demonstração mais elevada dos encontros históricos entre o Ocidente e o Oriente. No mesmo sentido, as colecções que reúnem as tradições culturais da Ásia inteira são a demonstração da sua riqueza, da sua pluralidade e do seu génio, que queremos possa ser melhor conhecido em Portugal e na Europa. A abertura do Museu do Oriente, em 2008, marcou um novo ciclo na vida da Fundação. Os princípios que determinaram a sua criação mantêm-se, como se mantém a vontade de bem servir Portugal e a vocação de contribuir para o encontro entre Ocidente e Oriente e para uma relação entre civilizações em que o conhecimento, a arte e também as relações económicas substituam a ignorância, o fanatismo e a guerra. (texto tirado da Introdução do site do Museu)


JAPÃO













ÍNDIA





CHINA











* CHEMIST - Curso de Engenharia Química do IST

6 e 7 de Abril de 2012 - Visita dos amigos da Galiza na Semana Santa - dia 3 e 4: Distrito de Leiria - Praias, Vilas Históricas e Grutas

6 de Abril de manhã continuámos a estrada Atlântica para Norte de São Pedro de Moel e visitámos as Praias da Vieira e do Pedrógão. Enquanto a praia da Vieira pertence ao Concelho da Marinha Grande, (freguesia de Vieira de Leiria) a Praia do Pedrógão já pertence ao concelho de Leiria (freguesia de Coimbrão)


Praia da Vieira limitada a norte pelo rio Lis e a sul pelo Pinhal de Leiria. É um local ideal, que conjuga o natural cruzamento entre a floresta do Pinhal de Leiria e o mar da Praia da Vieira, com três atracções de maior interesse turístico: as extensas praias brancas com um grande areal, que chamam o Verão; a sua pesca artesanal – chamada “arte xávega” – que nos dá o garante do peixe fresco.






Praia do Pedrógão 

É a única praia e estância balnear do concelho de Leiria. Com um areal de 1400 metros, deve o seu nome ao enorme afloramento rochoso que intersecta o extenso areal, a sul do lugar, que agora funciona como esporão. Foi a este afloramento rochoso que foi retirada a rocha necessária para a construção dos molhes na foz do Lis. Podemos dividir as praias em Pedrógão Norte (onde se encontra o casario) e o Pedrógão Sul - o areal da zona norte é muito maior (por vezes a praia do Pedrógão Sul chega a desaparecer devido ao avanço do mar.

O extenso e fino areal é ladeado por extensas dunas vegetadas por cardo marítimo, que estão em estado avançado de destruição pela ocupação antrópica e pelo pisoteio dos turistas, tornando-se muito importante a sua conservação. Hoje em dia tem-se verificado um recuo erosivo do areal, principalmente devido à construção dos molhes na foz do Mondego.

Em tempos existiu um bastião que servia para defender a costa portuguesa dos ataques de piratas que rondavam o local, que foi destruído aquando do terramoto de Lisboa de 1755. Existiu também uma exsurgência de água doce, facto que deve ter promovido a visita e mesmo a fixação de marinheiros e pescadores que aportavam e descansavam no local para se abastecerem de água.

A praia do Pedrógão já foi foz do rio Lis, tendo este se deslocado ao longo do tempo para sul, por deposição de areias na margem direita, acabando por ver a sua foz ser fixada a norte da Praia da Vieira.

O povo deste lugar sempre se dedicou à agricultura e à pesca, pelo que hoje ainda persiste a prática da Arte da Xávega, sua imagem de marca. Ao longo do tempo têm-se encontrado outros modos de subsistência, como a agricultura  e o operariado industrial de Vieira de Leiria. Hoje vive sobretudo do turismo.  












Termas de Monte Real 

O Parque Termal de Monte Real, constítuido pelas Termas de Monte Real, o Palace Hotel de Monte Real e o Spa Monte Real, num espaço de 24 hectares que também inclui 2 campos de ténis, um parque infantil, um campo de mini-golfe e circuitos de manutenção.

As Termas de Monte Real remontam à época romana, ainda que a sua exploração tenha começado apenas no ínicio do século XX. Desde então, estas estâncias termais são sinónimo de repouso, lazer e reequilíbrio, sendo um local de eleição para todos aqueles que procuram a plenitude e o bem-estar.





Palace Hotel de Monte Real tem 101 quartos com 10 comunicantes e 5 suites.





As águas de Monte Real eram já utilizadas pelos romanos, como atestam uma árula romana, bem como várias moedas desse período, encontradas junto à nascente, numas escavações mandadas efectuar por volta de 1806/1807 pelo então Bispo de Leiria, D. Manuel de Aguiar, que mandou edificar uma casa de alvenaria, com dois “cubículos”, cada um com uma banheira para os banhos de água termal.

Reza a lenda que a Rainha Santa Izabel, nas suas estadias em Monte Real com o Rei D. Diniz, aqui distribuiria a água termal aos doentes que as procuravam.

Por volta de 1916, um industrial e proprietário abastado da Ortigosa, Manuel da Silva Pereira, adquiriu em hasta pública à Câmara Municipal de Leiria, a propriedade das nascentes de águas termais, àquele tempo quase abandonadas.

Comprou terrenos à volta da nascente de água termal, rasgou a avenida das termas, construiu um balneário e o grandioso hotel, e iniciou uma organizada propaganda das Termas de Monte Real por todo o País.

Em 1925, legou a propriedade ao seu sobrinho Olympio Duarte Alves, e a partir daí começou o ressurgimento de Monte Real.

Com um plano elaborado pelos arquitectos Korrodi, (pai e filho), concluiu o grande hotel que logo entrou em exploração, e transformou e ampliou o antigo balneário dotando-o dos melhores equipamentos para os tratamentos termais.

A partir dos anos 50 e até aos anos 80 as Termas de Monte Real passaram a ser as mais frequentadas do País e até da Península Ibérica.

Foram frequentadas por figuras conhecidas da sociedade portuguesa, desde o Dr. Adolfo Coelho da Rocha, (Miguel Torga), D. Maria Teresa de Noronha, (reconhecida Senhora da sociedade e fadista), e tantos mais e ainda, como por exemplo, mais recentemente, o historiador Joaquim Veríssimo Serrão. Em 2005 as Termas de Monte Real foram adquiridas pelo Grupo Lena, e por essa ocasião todo o complexo sofreu profundas obras de construção e reestruturação; o novo projecto foi inaugurado em Julho de 2009, já com instalações renovadas e novos serviços, passando a ser, sem dúvida, uma das melhores estâncias termais do País.

Actualmente, o Resort conta com o balneário termal, o Palace Hotel, e o Spa, tudo integrado nos 24 hectares de área verde envolvente.

           




Termas de Monte Real - Spa e Jardim





Mosteiro de Alcobaça





Uma das primeiras fundações monásticas cistercienses em território português, o Mosteiro de Alcobaça tornou-se a principal casa desta Ordem religiosa, graças a uma continuada política de protecção régia, iniciada pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques. As dependências medievais ainda conservadas fazem do Mosteiro de Alcobaça um conjunto único no mundo, a que acrescem as edificações posteriores, dos séculos XVI a XVIII, como importante testemunho da evolução da arquitectura portuguesa.



A fundação da Abadia de Santa Maria de Alcobaça e respectiva Carta de Couto datam de 8 de Abril de 1153.Os domínios da Ordem de Cister ficam assim consagrados. Os do Reino de Portugal, com a conquista das cidades de Santarém e de Lisboa, em 1147, avançaram para sul em direcção à Linha do Tejo. Este facto, obrigava a um povoamento rápido e eficaz para que a expansão cristã continuasse para sul. A protecção dos Coutos foi entregue à milícia da Ordem do Templo, isentando-os, tanto quanto possível, das investidas militares dos mouros. O ponto fulcral e irradiador de toda esta dinâmica era a própria abadia. A respectiva construção foi iniciada em 1178. Esta data está envolta em grande significado estratégico: quatro anos depois, São Bernardo (1) foi canonizado. Será, decerto, uma das primeiras abadias da Ordem a ser construída já com esta intenção. A importância do Mosteiro de Alcobaça evoluiu num crescendo cultural, religioso e ideológico. A sua monumentalidade é tanto mais evidente quanto mais límpida e austera é a sua arquitectura. Trata-se, de resto, do primeiro ensaio de arquitectura gótica em Portugal: um modelo que ficou sem imediata continuidade e que não foi reproduzido a não ser muito mais tarde, funcionando como um polo quase isolado, uma jóia branca na paisagem. Está inscrito na lista do Património Mundial da UNESCO, desde 1983.

 

(1) Bernardo de Claraval ou de Fontaine (1090 – Dijon, França / 1153 – Abadia de Claraval, França), abade cisterciense, santo e Doutor da Igreja. É o maior impulsionador da Ordem de Cister e uma das personalidades eclesiásticas mais influentes do século XII.





Sala do Capítulo -A Sala do Capítulo servia às assembleias dos monges e era, depois da igreja, a sala mais importante do Mosteiro. O seu nome deve-se às leituras que eram feitas a partir dos capítulos da Regra beneditina. Por outro lado, esta sala era o lugar das votações e de outros actos semelhantes feitos pelos monges. Tem uma forma quadrada de 17,5 m x 17,5 m, havendo espaço para 200 monges. Na área da entrada para a Sala do Capítulo existe uma placa funerária de um abade não identificado. Antigamente, o chão desta sala estava todo ele coberto por estas placas funerárias, pois de acordo com uma lei cisterciense do ano de 1180, os abades deviam ser enterrados na Sala do Capítulo.












Os túmulos de D.Pedro I e D. Inês de Castro





Túmulo de D.Pedro I



Os túmulos de D. Pedro I (1320-1367), com o cognome O Cruel ou também O Justo, e o de D. Inês de Castro (1320-1355), que se encontram agora em cada lado do transepto, conferem, ainda hoje, um grande significado e esplendor à Igreja. Os túmulos pertencem a uma das maiores esculturas tumulares da Idade Média. Quando subiu ao trono, D. Pedro I tinha dado ordem de construção destes túmulos para que lá fosse enterrado o seu grande amor, D. Inês, que tinha sido cruelmente sentenciada à morte pelo pai de D. Pedro I, D. Afonso IV (1291-1357). Este pretendia, também, ser ele próprio ali enterrado após a sua morte. As cenas, pouco elucidativas, representadas nos túmulos, ilustram cenas da História de Portugal, ou de origem bíblica ou recorrem simplesmente a fábulas. Por um lado, esta iconografia é bastante extensa, sendo, por outro lado, muito discutível.

Quando em 1361 os sarcófagos estavam prontos, D. Pedro I mandou colocá-los na parte sul do transepto da igreja de Alcobaça e trasladar os restos mortais de D. Inês de Coimbra para Alcobaça, sob o olhar da maior parte da nobreza e da população. No seu testamento, D. Pedro I determinou ser enterrado no outro sarcófago de forma a que, quando o casal ressuscitasse, no dia do Juízo Final, se olhassem nos olhos. (De acordo com as fontes, só existiria o pedido de ser lida diariamente uma missa junto aos seus túmulos.)

No dia 1 de Agosto de 1569, o rei D. Sebastião (1554-1578), cujo tio era o cardeal D. Henrique, abade de Alcobaça, mandou abrir os túmulos. De acordo com os relatos de dois monges presentes, enquanto os túmulos eram abertos, o rei recitava textos alusivos ao amor de D. Pedro e de D. Inês. Durante a Invasão Francesa do ano de 1810, os dois túmulos não só foram danificados de forma irreparável, como ainda foram profanados pelos soldados. O corpo embalsamado de D. Pedro foi retirado do caixão e envolvido num pano de cor púrpura, enquanto a cabeça de D. Inês, que ainda tinha cabelo louro, foi atirada para a sala ao lado, para junto dos outros sarcófagos. Os monges reuniram posteriormente os elementos dos túmulos e voltaram a selá-los. Após o ano de 1810, os túmulos foram sendo colocados em vários sítios da igreja, para voltarem à sua posição inicial no transepto, frente a frente, em 1956. Agora, os túmulos são o destino de muitos apaixonados, que muitas vezes os visitam no dia do seu casamento, para fazerem juras de amor eterno e de fidelidade defronte aos dois túmulos.








Em finais do século X organizou-se em Cluny na Borgonha, um novo mosteiro beneditino que procurava seguir com fervor a Regra de S.Bento. Porém, com o tempo, este fervor foi esmorecendo, a Regra de São Bento foi sendo "aligeirada" e, em 1098, alguns monges abandonaram o seu mosteiro de Molesme, também na Borgonha, para fundarem um novo mosteiro em Cister, a sul de Dijon. Os religiosos de Cister procuravam seguir à letra a Regra de São Bento, queriam viver do seu trabalho e não acumular riquezas. Bernardo de Claraval, que se recolhera em 1112 em Cister, donde saiu em 1115 para fundar a Abadia de Claraval, deu grande incremento a esta reforma que restituiu à Regra de São Bento todo o rigor inicial.

Enquanto D. Afonso Henriques se empenhava na Reconquista, chegaram ao território português, já em 1138, os monges cistercienses que iriam fundar o Mosteiro de São João de Tarouca por volta de 1140.

 D. Afonso Henriques, doou e coutou a S. Bernardo muitas terras na região de Alcobaça, em cumprimento da promessa feita, em 1147, quando da conquista de Santarém. É de cerca de 1152 o começo da construção provisória do mosteiro, sendo conhecida no mesmo ano uma referência ao seu abade. A carta de doação foi assinada por D. Afonso Henriques no ano seguinte, em 1153. Se se comparar a planta da igreja do Mosteiro de Alcobaça com a da segunda igreja de Claraval, vemos que têm quase a mesma dimensão e disposição espacial.

Os primeiros monges de Alcobaça, conhecidos como monges brancos, tiveram uma acção civilizadora notável. Também desempenharam acções de assistência e beneficência através da botica (a farmácia), e da distribuição de pão e de esmolas na portaria.





Óbidos







A vila medieval de Óbidos é uma das mais pitorescas e bem preservadas de Portugal. Suficientemente perto da capital e situada num ponto alto, próximo da costa atlântica, Óbidos teve uma importância estratégica no território. Já ocupada antes de os romanos chegarem à Península Ibérica, a vila tornou-se mais próspera a partir do momento em que foi escolhida pela família real. Desde que o rei D. Dinis a ofereceu a sua esposa D. Isabel, no séc. XIII, ficou a pertencer à Casa das Rainhas que, ao longo das várias dinastias, a foram beneficiando e enriquecendo. É uma das principais razões para se encontrarem tantas igrejas nesta pequena localidade.






Dentro de muralhas, encontramos um castelo bem conservado e um labirinto de ruas e casas brancas que encantam quem por ali se passeia. Entre pórticos manuelinos, janelas floridas e pequenos largos, encontram-se vários motivos de visita, bons exemplos da arquitectura religiosa e civil dos tempos áureos da vila. 



No dia da nossa visita encontrámos o Castelo ainda com as decorações do Festival  Internacional do Chocolate de Óbidos que decorreu de 2 a 25 de Março de 2012 sob o tema Disneyland Paris - 20ª Aniversário.




Óbidos Santuário do senhor Jesus da Pedra



Fora das muralhas de Óbidos, este santuário, com a silhueta exterior recortando-se em forma hexagonal, coroada por uma grande pirâmide de telha vidrada de verde. Foi erigido entre 1740 e 1747, em plena época barroca, mas os pormenores não chegaram a ser terminados e talvez por isso algumas janelas parecem estranhamente invertidas.







7 de Abril - Sábado de aleluia, a visita foi ao Castelo de Porto de Mós e às Grutas de Mira d'Aire


No alto de uma colina sobranceira à vila de Porto de Mós situa-se o seu elegante castelo, também conhecido por Castelo de D. Fuas Roupinho, primeiro alcaide da vila de Porto de Mós. O Castelo domina e protege os vales em redor e observa as elevações das serras de Aire e Candeeiros – Alcobaça e Batalha ficam próximas, terras que partilham uma história comum – o recontro de Aljubarrota.

Em 1385, o castelo de Porto de Mós volta a desempenhar um papel decisivo naquele que viria a ser um marco na história de Portugal, a Batalha de Aljubarrota, ao albergar as tropas de D. João I e de D. Nuno Álvares Pereira nas noites anteriores à batalha, durante as quais foram planeadas as estratégias de guerra que viriam a dar a independência definitiva ao país.

Após o falecimento de D. João I, o domínio do castelo foi legado à sua filha e genro, os Duques de Bragança, e por hereditariedade ao seu neto D. Afonso, 2º Duque de Bragança, 4º Conde de Ourém e 1º Marquês de Valença, também neto do condestável Nuno Álvares Pereira.

Foi nas suas mãos que a estrutura medieval deixaria de ser uma atalaia para passar a ser um palacete residencial.

As suas poderosas linhas de arquitectura militar são suavizadas pela adaptação a residência senhorial feita nos séculos XV-XVI, representando uma raridade em Portugal: um castelo transformado em palácio conferindo-lhe uma invulgar graciosidade construtiva.






Grutas de Mira d'Aire 





As Grutas de Mira de Aire, para além da beleza natural que impõem nas salas que apresentam são, ainda, as maiores grutas turísticas de Portugal, tendo ao público 600 metros dos 11km que as compõem e recebendo, actualmente, cerca de 6 milhões de visitantes, incluindo 15% de visitas de estudo nacionais e estrangeiras, de vários escalões de ensino.

As dimensões, a beleza e a importância ecológica destas grutas, associadas a um polje com inundações periódicas permitiram que fossem classificadas como Imóvel de Interesse Público (1955) e Sitio RAMSAR (2005), e ainda, como local de indiscutível interesse para estudos e investigações espeológicas que acontecem com regularidade.

Foi em 1947 que, pela primeira vez, alguns homens tentaram explorar esta gruta. Lançando cordas, desceram até uma pequena galeria, onde, a algumas dezenas de metros, se encontraram como que numa janela aberta sobre um precipício. A escuridão, no entanto, não lhes permitiu ter uma noção clara da sala onde se encontravam, mas a notícia desta descoberta, sem antecedentes na região, chegou até Lisboa de onde acorreram vários espeleólogos.

Através da exploração do fundo da sala e de algumas reentrâncias nas paredes, descobriu-se o segredo para a continuação da gruta.

Em 1949, com a construção de um guincho de madeira, os espeleólogos deram continuidade à descoberta de um percurso de mais de 500 metros, denominado "Galeria Grande", e com uma topografia e paisagem variada.

Neste trajecto pode observar-se a "Fonte das Pérolas", as "Galerias do Polvo", o "Órgão", e o "Rio Negro" que dava acesso ao "Areal" no fundo da Galeria Grande.

Nos anos 50 e 60, campanhas mais prolongadas passaram a exigir a criação de acampamentos no interior da Gruta.

A partir daí, foi possível chegar até ao "Sifão das Areias", "Concha" e "Labirinto", até que foi descoberto o "Poço Final", podendo assim ser elaborado o primeiro levantamento topográfico da Gruta.

O desejo de mostrar esta maravilha da natureza ao público tomou forma, e foram projectados e construídos centenas de metros de estrados e escadas de madeira, desde a entrada, até junto ao Sifão das Areias.

Em meados da década de 70, com o intuito de promover turisticamente a gruta e de a rentabilizar, constituiu-se uma sociedade que faz a sua exploração.

A abertura ao público fez-se a 11 de Agosto de 1974.

Em 2007 uma expedição da Sociedade Portuguesa de Espeleologia entra na Galeria do Rio Negro e aproveitando a redução temporária do nível das águas, consegue acrescentar mais de 1Km de novas galerias que se estendem até ao interior do Planalto de S. Mamede.

Recentemente as grutas de Mira de Aire participaram no concurso 7 Maravilhas Naturais de Portugal”, promovido pela New 7 Wonders Portugal, onde concorreram na categoria de "Grutas e Cavernas” sendo eleitas, a 11 de Setembro de 2010, como uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal.

Esta Gruta (Moinhos Velhos) juntamente com a Gruta da Pena e a Gruta da Contenda, faz parte de uma grande rede de galerias com mais de 11 Km.

Nos Invernos mais chuvosos, as águas desta rede juntam-se às águas da nascente do Olho de Mira e Regatinho, inundando assim a grande depressão fechada (Polje Mira-Minde) existente entre as povoações de Mira de Aire e Minde.